(Foto: Reprodução) O que a sua conta de luz está escondendo de você – Crédito: Divulgação/ Lemon Energy.
A conta de luz chega, você paga. E pronto. Quase ninguém repara nos detalhes, nas siglas e nas tarifas embutidas. Mas entender o que está por trás do valor mensal pode revelar mais do que você imagina.
“As pessoas não pensam na energia porque, historicamente, nunca tivemos escolha. O consumidor está muito acostumado a não ter opção quando falamos em energia”, explica Bárbara Rubim, advogada e CEO da consultoria Bright Strategies, no LemonCast, podcast da climatech Lemon Energia.
Ela usa uma analogia simples para ilustrar:
“Se você mora numa cidade que só tem um restaurante e esse restaurante só tem um prato, toda vez que você vai lá, nem olha o cardápio. É isso que acontece com a conta de luz: a gente nem pensa, só consome.”
Encargos, subsídios, transporte: os custos invisíveis
Boa parte do que você paga não é exatamente pela energia que consome. Segundo dados da ANEEL, cerca de metade do valor da fatura vêm de encargos, tributos e outras cobranças indiretas.
“O que o consumidor não vê, mas paga todo mês, são os chamados custos invisíveis: transporte da energia, encargos setoriais, subsídios cruzados, políticas públicas embutidas e uma carga tributária pesada”, explica Bárbara.
“É tanta complexidade que as pessoas acabam repelindo esse assunto. Mas entender o que está por trás da conta é essencial para fazer escolhas melhores.”
Quando a energia se perde no caminho
A maior parte da energia elétrica no Brasil ainda é gerada por grandes usinas, muitas vezes localizada a centenas de quilômetros dos centros urbanos. Isso exige longas linhas de transmissão e com elas, perdas inevitáveis.
Hoje, o terceiro maior "consumidor" de energia no país são justamente essas perdas técnicas. Cerca de 14% de toda a energia gerada no Brasil é desperdiçada durante o transporte, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Bárbara faz uma analogia fácil de visualizar:
“Imagina que você precisa transportar água a quilômetros de distância. A chance do encanamento ter um furinho, não estar bem conectado, e você perder parte dessa água é muito maior do que se precisasse transportar só por um metro. Com energia elétrica, é a mesma coisa.”
Alternativas mais próximas e inteligentes
Desde 2012, com a regulamentação da geração distribuída (GD), surgiu uma nova forma de consumir energia no Brasil. Modelos como a geração compartilhada, uma das modalidades da GD, permitem que até quem mora em apartamento possa acessar energia solar sem instalar nada. A energia vem de uma usina remota e é compensada com créditos na sua conta de luz.
“Estamos descentralizando e distribuindo as energias que a gente tem. Dando a possibilidade de cada consumidor gerar a própria energia. E aí começa a ficar interessante você olhar o menu do restaurante”, afirma Bárbara.
O resultado é uma fatura mais barata, menor desperdício e uma energia mais limpa com impacto positivo para o consumidor e para o planeta.
Assista ao LemonCast com Bárbara Rubim: Por que devo pensar em energia?